sexta-feira, 26 de abril de 2013

Meu Paradeiro

Meu paradeiro é uma janela aberta, uma sacada convidativa e a eternidade de uma madrugada de sexta. Ou de sorte, como preferir. No céu, um punhado de estrelas. Nas ruas, um bocado de carros que cintilam artificialmente seus faróis coloridos. 

Meu paradeiro é uma antologia de contextos memoráveis. O colo dos meus pais, o carinho dos avós, os sorrisos dos amigos. Cada trago no cigarro de costume, os copos cheios, os copos vazios. Sem saideira, que hoje é dia de celebrar a delícia da vida!

Meu paradeiro são as ideias mais absurdas e os planos mais malsucedidos do universo. Tento, tento e sigo tentando. O paraíso reserva um lugar especial para os persistentes.

Meu paradeiro é onde Deus quiser. Assim penso, assim pratico. Não acredito em meios caminhos. Meu paradeiro é qualquer lugar, qualquer nova aventura, qualquer beira de estrada ou terra batida. Um guia nas mãos e a mochila nas costas. Vou que vou, cubro as apostas e finalmente chego.

Onde? Onde quer que você esteja. Meu, paradeiro meu.

Meu paradeiro são os teus olhos, teus braços, tuas pernas. Meu paradeiro é a tua boca, teu sexo, tua cama, coberta de amor. O gemido, ao pé do ouvido. As unhas, rasgando a carne. A gota, que escorre por entre os corpos suados. O calor dos embriagados, dos amantes sem qualquer vestígio de culpa.

Meu paradeiro é a manhã seguinte. 
E todas as manhãs subsequentes, às nossas infindáveis noites de amor e fúria.