sexta-feira, 31 de agosto de 2012

A Beleza das Flores

É bom saber que existe o lado de fora. Lugar onde habita o inesperado, o quem sabe, lugar magnífico, paraíso dos sonhos. Nada pode ser mais incerto e curioso que o lado de fora.

Abro minha janela, observo a vida que se apresenta, os raios de sol radiantes e ansiosos por minha pele pálida. Uma cidade inteira que amanhece junto a mim e desfila seu contingente com o passar das horas. Negando a lógica de Nelson Rodrigues, não, não há qualquer hipótese que justifique ser solitário em São Paulo.

Todas as cores possíveis, subdividias em composições mais abstratas que um quadro de Kandinsky. Lindo. A selva de pedra nunca pareceu tão natural.

Flores. Ando vendo flores por toda a cidade. Simplesmente abro os olhos e as vejo. Formas singulares, beleza sem igual, cada qual em sua maravilhosa individualidade, coexistindo perfeitas, uma completando a beleza da outra.

E como são belas as flores da minha vida. Capto seus movimentos milimétricos e as contemplo em danças circulares, junto ao acaso do vento, que sopra.

Pétala que surge, manhã de inverno. Vou do inferno ao céu em questão de segundos. Enfim, a mais bonita delas desabrocha. Sim. Desabrocha e me tira pra dançar. Mesmo sem saber, deixo o corpo ir, a mente se perder... de olhos fechados, junto com você...

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Minha Cara Em Outdoors

Fui pego no flagra e não, não pude negar. Todos os jornais do mundo estão a me noticiar, revistas e mais revistas a estampar suas capas com fotos paparazzis incrivelmente reveladoras.

Meu telefone toca ininterruptamente há dias, já fiz o possível para desligá-lo de maneira convincente, mas o som ensurdecedor do ringtone maldito se vira nos trinta para me manter ocupado, tomando susto a cada toque. E não pára por aí, segue um verdadeiro bombardeio, de mensagens de textos, cartas, e-mails e sinais de fumaça.

Para variar um pouco, deram para tocar minha campainha. Tem gente na porta. Faço que não é comigo, nem ligo. Não será surpresa alguma minha casa ser invadida por homossexuais fofoqueiros e desesperados, âncoras desses interessantíssimos programas vespertinos. Uma legião deles saliva ansiosamente por uma vírgula minha, que seja.

Encurralado, perdido. Que venham as reportagens especiais, os programas de auditório e entrevistas, já consigo me ver no cantinho do sofá do Jô, vomitando meu segredo para os mais variados ouvidos. Estão me pegando para Cristo. Meu rosto em camisetas ridículas e imãs de geladeira. Desisto.

Minha cara em outdoors, banners, folders e o caralho à quatro. Dos fundos de bancas de jornal às mídias de sala de espera e elevadores. Sou o primeiro da lista dos trendtopics, virei meme de Facebook. Minha vida escancarada, espalhada pelo Youtube.  

Fui pego de surpresa, descoberto num pulo! Não tenho para onde fugir. Não há como fingir, o mundo todo já sabe. Um rio de paixão vertendo aos sete mares. Um sorriso de orelha a orelha brilhando a face, tanto sentimento, tanto amor desmedido, estupidez pensar que passaria desapercebido.

Não pude evitar. Não posso mais esconder. Conseguiram me pegar, pensando em você.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

De Fora Para Dentro

Belo dia ouvi dizer, que não há o que fazer para evitar - por assim dizer - toda e qualquer espécie de amor platônico. Creio piamente nessa teoria. Levo tudo isso com muito jogo de cintura para não estragar a brincadeira, mas boto fé, se não for algo do tipo, não sei mais o que é.

Admiração longínqua, desconhecimento à beira do absoluto. Como saber se é amor o que se sente, se assim, tão de repente, seu coração passa a bater mais rápido por alguém que ele jamais imaginara? O produto de tal equação é menor, maior ou igual a zero?

Tanta gente no mundo. E o meu olhar profundo foi penetrar logo no seu. Fotografias e textos pessoais, tudo o que sei. Informações adicionais, com o tempo vêm. Ela é daquelas que abrem as janelas quando despertam e olham ansiosamente para fora. Não há limites para suas canções de amor e suas vontades loucas de existir por completo. Ela é fascinante, ou melhor,  há de ser.

Como saber? Posso apostar. Dobro, triplico, quadruplico e quintuplico, se precisar. Suas palavras perdidas, na incrível imensidão da vida, são a deixa para eu entrar. Me diga quem tu és e eu lhe direi com que deves andar. 

Comigo.

Quem sabe... Percepção, apenas. De fora para dentro. 

Seus pulmões exalam arte. Música para os meu ouvidos. Traços em folhas de papel em branco, histórias contadas através de cores intensas, um deleite para meus sentidos. E quando falo de sentidos, ela faz questão de não deixar sequer um escapar.

Curiosidade. É o que ela inspira. Desejo esquecer do mundo por alguns instantes e me afogar em seus braços nunca antes tocados. Anseio ouvir sua voz, sentir sua pele. Estranho como penso nela, como a imagino deitar sobre meu peito, numa noite qualquer do verão mais próximo.

Certo ou errado, cedo ou tarde, equações de respostas tão ausentes quanto a alegria de seu sorriso nesta noite de inverno. Será que sorri? Se sorri, sorri de onde? Nada sei sobre seu paradeiro. Perto de mim ou milhas e milhas distante.

Aí tem coisa. Algo a mais. Algo além daquilo que me trouxe até aqui. Algo a se descobrir, infinitas possibilidades a se arriscar. Algo a mais, vou me deixar levar...

É preciso estar lá, quando a rosa finalmente desabrochar.

sábado, 11 de agosto de 2012

Sobre o Querer

Os dias passam e não têm pena de mim. Memória gloriosa. Lembranças gostosas que não saem da minha cabeça, sorrisos fascinantes, que me enchem de alegria e saudade. Engraçado como são as coisas, o inimaginável tornara-se necessidade. Se eu posso explicar? Não. O poeta ficou mudo. Não há palavras que descrevam tais sensações.

E por falar em sensação, não aprendi a dormir sem seu corpo colado. Nem a viver sem seu ar delicado, sem seus olhos grudados nos meus. Vazio. Vazio imenso. Alguns lapsos momentâneos de felicidade e apenas. Ela surge em meus pensamentos a cada segundo. Vontade louca de invadir seu mundo e calar a boca desse fundo de tristeza.

Querer é fácil. Eu quero, tu queres, ele quer. Nós queremos, vós quereis, eles querem. Presente do indicativo. Verbo irregular. Quero seus abraços, seus braços, suas mãos. Quero sentir seu cheiro, deslizar meus dedos e meus desejos mais íntimos, pelos mínimos detalhes de sua pele. Eu quero o arrepio, dos sussurros de amor madrugada adentro. Da sua boca, todos os beijos que puder. Eu quero tudo. Eu quero absolutamente tudo o que vier.

As noites chegam sem resquícios de piedade. Os minutos se arrastam. Outra tentativa vã, dormir para esquecer, despertar e recordar, que aquilo que passou ainda vai me fazer querer, ainda vai me fazer pensar, ainda vai me fazer sofrer, ainda vai me fazer escolher, ainda vai me fazer gostar.

domingo, 5 de agosto de 2012

Bonita

Bonita é a flor que prende seu cabelo. Delicada, botão de flor que se abre a cada frase, a cada suspiro, a cada arrepio, a cada sorriso. Aroma indecifrável, de mulher nunca antes conquistada.

Olho no olho, boca a boca, confissões à beira do abismo louco de um amor jamais vivido. Sentidos aguçados, atenção redobrada, o desenrolar da noite se mostra um tanto enigmático, instigante. Desejo loucamente beijar sua boca, enquanto a observo. Deve ser amor, há de ser amor.

Minutos voam, as horas simplesmente dobram no relógio. O fim está próximo, mesmo antes de um possível começo. Ledo engano. Uma cama com edredom, vento frio e duas janelas propositalmente abertas. Sim. Dois corpos agora entrelaçados, esquentando outra noite de inverno.

Linda, com seu jeito de menina. Bonita, com seu ar de mulher feita. Somente ela é capaz de satisfazer as fantasias de um menino bobo como eu, enquanto mata minha fome de homem feito e insaciável. Mais uma noite que vai, outra manhã que vem.

Desperto com o brilho dos teus olhos, plenos de satisfação. Guerra e paz, tempestade e calmaria, quem diria, quem diria...

Ela dói de tão bonita,
Como o vermelho da flor e da fita.
Que enlaça seu cabelo,
Moreno de ser e estar.

Ela é um caso a parte,
Dos eternos acasos da vida.
Moça com cabelo enlaçado,
Meu projeto de amor sem medida.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Ah, Mulheres

Eu gosto de mulher
Não, não nasci pra aturar homens
Nasci pra admirar e querer a beleza delas
Afinal,  não existem mulheres feias
Existe gosto, e ao meu gosto, prevalecem as mulheres
Sem desmerecer os coxas, mas...
As mulheres são estonteantes, maravilhosas
Mulheres são mulheres, e isso para mim basta.

Eu gosto de mulher
E gosto de mulheres brincalhonas, companheiras
Eu gosto do gosto dos beijos dados de manhã
E dos beijos roubados tarde da noite
Gosto não, tenho paixão, pelos beijos ganhos de surpresa.
Nesses casos, admito, sou presa fácil de se beijar
Basta chegar, ponto final
Um beijo.

Eu gosto do desejo
Por mulheres do bem, sem necessidades extremas
Eu gosto das mulheres que vestem minhas flanelas velhas
E das mulheres que caminham livre, leve e soltas de moletom.
Gosto das mulheres que fazem piada sem graça
E que morrem de rir ao esquecer o batom.

O amor é lindo
Mas não tão lindo quanto um belo sorriso de mulher
Mulher loira, ruiva, morena, mulher branca, negra, nipônica
Ah, mulheres...

Eu gosto de mulheres simples
Que abraçam sem querer e não soltam até você pedir
Eu gosto de mulheres que tomam conta, mulheres que cuidam
E de mulheres que botam fogo quando necessário
Fogo de mulher é fogo de verdade
Amor na certa ou pura vaidade.

Eu gosto de mulher
E gosto muito de gostar de mulher
Para um homem convicto, nada é mais interessante
Que gostar de mulher, seja esposa, namorada ou amante
Gostar de mulher é como arte, coisa louca de se compreender
Nada de pesquisa científica, gostar de mulher é viver...

E é assim que vou vivendo.