Belo dia ouvi dizer, que não há o que fazer para evitar - por assim
dizer - toda e qualquer espécie de amor platônico. Creio piamente nessa
teoria. Levo tudo isso com muito jogo de cintura para não estragar a
brincadeira, mas boto fé, se não for algo do tipo, não sei mais o que é.
Admiração longínqua, desconhecimento à beira do absoluto. Como saber
se é amor o que se sente, se assim, tão de repente, seu coração passa a bater
mais rápido por alguém que ele jamais imaginara? O produto de tal equação é
menor, maior ou igual a zero?
Tanta gente no mundo. E o meu olhar profundo foi penetrar logo no seu.
Fotografias e textos pessoais, tudo o que sei. Informações adicionais, com o
tempo vêm. Ela é daquelas que abrem as janelas quando despertam e olham
ansiosamente para fora. Não há limites para suas canções de amor e suas
vontades loucas de existir por completo. Ela é fascinante, ou melhor, há de ser.
Como saber? Posso apostar. Dobro, triplico, quadruplico e quintuplico,
se precisar. Suas palavras perdidas, na incrível imensidão da vida, são a deixa
para eu entrar. Me diga quem tu és e eu lhe direi com que deves andar.
Comigo.
Quem sabe... Percepção, apenas. De fora para dentro.
Seus pulmões exalam arte. Música para os meu ouvidos. Traços em folhas
de papel em branco, histórias contadas através de cores intensas, um deleite
para meus sentidos. E quando falo de sentidos, ela faz questão de não deixar
sequer um escapar.
Curiosidade. É o que ela inspira. Desejo esquecer do mundo por alguns
instantes e me afogar em seus braços nunca antes tocados. Anseio ouvir sua voz,
sentir sua pele. Estranho como penso nela, como a imagino deitar sobre meu
peito, numa noite qualquer do verão mais próximo.
Certo ou errado, cedo ou tarde, equações de respostas tão ausentes quanto
a alegria de seu sorriso nesta noite de inverno. Será que sorri? Se sorri,
sorri de onde? Nada sei sobre seu paradeiro. Perto de mim ou milhas e milhas
distante.
Aí tem coisa. Algo a mais. Algo além daquilo que me trouxe até aqui.
Algo a se descobrir, infinitas possibilidades a se arriscar. Algo a mais, vou me
deixar levar...
É preciso estar lá, quando a
rosa finalmente desabrochar.