sábado, 11 de agosto de 2012

Sobre o Querer

Os dias passam e não têm pena de mim. Memória gloriosa. Lembranças gostosas que não saem da minha cabeça, sorrisos fascinantes, que me enchem de alegria e saudade. Engraçado como são as coisas, o inimaginável tornara-se necessidade. Se eu posso explicar? Não. O poeta ficou mudo. Não há palavras que descrevam tais sensações.

E por falar em sensação, não aprendi a dormir sem seu corpo colado. Nem a viver sem seu ar delicado, sem seus olhos grudados nos meus. Vazio. Vazio imenso. Alguns lapsos momentâneos de felicidade e apenas. Ela surge em meus pensamentos a cada segundo. Vontade louca de invadir seu mundo e calar a boca desse fundo de tristeza.

Querer é fácil. Eu quero, tu queres, ele quer. Nós queremos, vós quereis, eles querem. Presente do indicativo. Verbo irregular. Quero seus abraços, seus braços, suas mãos. Quero sentir seu cheiro, deslizar meus dedos e meus desejos mais íntimos, pelos mínimos detalhes de sua pele. Eu quero o arrepio, dos sussurros de amor madrugada adentro. Da sua boca, todos os beijos que puder. Eu quero tudo. Eu quero absolutamente tudo o que vier.

As noites chegam sem resquícios de piedade. Os minutos se arrastam. Outra tentativa vã, dormir para esquecer, despertar e recordar, que aquilo que passou ainda vai me fazer querer, ainda vai me fazer pensar, ainda vai me fazer sofrer, ainda vai me fazer escolher, ainda vai me fazer gostar.