domingo, 5 de agosto de 2012

Bonita

Bonita é a flor que prende seu cabelo. Delicada, botão de flor que se abre a cada frase, a cada suspiro, a cada arrepio, a cada sorriso. Aroma indecifrável, de mulher nunca antes conquistada.

Olho no olho, boca a boca, confissões à beira do abismo louco de um amor jamais vivido. Sentidos aguçados, atenção redobrada, o desenrolar da noite se mostra um tanto enigmático, instigante. Desejo loucamente beijar sua boca, enquanto a observo. Deve ser amor, há de ser amor.

Minutos voam, as horas simplesmente dobram no relógio. O fim está próximo, mesmo antes de um possível começo. Ledo engano. Uma cama com edredom, vento frio e duas janelas propositalmente abertas. Sim. Dois corpos agora entrelaçados, esquentando outra noite de inverno.

Linda, com seu jeito de menina. Bonita, com seu ar de mulher feita. Somente ela é capaz de satisfazer as fantasias de um menino bobo como eu, enquanto mata minha fome de homem feito e insaciável. Mais uma noite que vai, outra manhã que vem.

Desperto com o brilho dos teus olhos, plenos de satisfação. Guerra e paz, tempestade e calmaria, quem diria, quem diria...

Ela dói de tão bonita,
Como o vermelho da flor e da fita.
Que enlaça seu cabelo,
Moreno de ser e estar.

Ela é um caso a parte,
Dos eternos acasos da vida.
Moça com cabelo enlaçado,
Meu projeto de amor sem medida.