Bonita é a flor que prende seu cabelo. Delicada, botão de flor que se
abre a cada frase, a cada suspiro, a cada arrepio, a cada sorriso. Aroma
indecifrável, de mulher nunca antes conquistada.
Olho no olho, boca a boca, confissões à beira do abismo louco de um
amor jamais vivido. Sentidos aguçados, atenção redobrada, o desenrolar da noite
se mostra um tanto enigmático, instigante. Desejo loucamente beijar sua boca,
enquanto a observo. Deve ser amor, há de ser amor.
Minutos voam, as horas simplesmente dobram no relógio. O fim está
próximo, mesmo antes de um possível começo. Ledo engano. Uma cama com edredom,
vento frio e duas janelas propositalmente abertas. Sim. Dois corpos agora
entrelaçados, esquentando outra noite de inverno.
Linda, com seu jeito de menina. Bonita, com seu ar de mulher feita.
Somente ela é capaz de satisfazer as fantasias de um menino bobo como eu,
enquanto mata minha fome de homem feito e insaciável. Mais uma noite que vai,
outra manhã que vem.
Desperto com o brilho dos teus olhos, plenos de satisfação. Guerra e paz, tempestade e calmaria, quem diria, quem diria...
Ela dói de tão bonita,
Como o vermelho da flor e da fita.
Que enlaça seu cabelo,
Moreno de ser e estar.
Ela é um caso a parte,
Dos eternos acasos da vida.
Moça com cabelo enlaçado,
Meu projeto de amor sem medida.