quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Contextual

Tenho pouquíssimas coisas para dizer. Nada de relevante ou incrível. Minhas palavras comem o silêncio vagarosamente, apetite forte, sou um rapaz de frases perdidas que cismam, não sei muito bem porquê, ir atrás do teu ouvido. Necessidade pura e petulante.

Ela guarda em si todas as intempéries possíveis, as dores do mundo, o grito que rompe a noite, as horas desperdiçadas junto ao caos das pequenas grandes coisas do dia a dia. Ela fala em situações intensas, terríveis sinais de ser quem é. Terríveis sinais de ser...

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Sobre Desencontros

Eu perco horas, perco dias, perco semanas e meses inteiros. Eu perco anos da minha vida, perco todas as oportunidades que batem à minha porta. Eu perco tempo, perco a hora, perco as datas de todos os aniversários. Perco as chaves, perco a cabeça, perco o caminho de casa. Perco a vez, perco os sentidos. Perco o controle, o chão e o freio. Perco a fome, o sono, perco as estribeiras.

Eu perco a fé, perco peso, perco os fios do cabelo. Perco a inocência, perco a milésima caneta. Perco o guarda-chuva, perco o medo, perco o fio da meada. Perco a paciência. Eu perco o jogo, perco feio, e perco também o senso de realidade. Perco o show do Noel Gallagher. Perco as forças, perco as esperanças. Perco o juízo, perco a conta. Perco o ônibus, perco o emprego. Inclusive, eu perco até o isqueiro...

Mas você eu não perco. 

Em você eu me perco. E isso soa mais que suficiente.