domingo, 14 de julho de 2013

Vida Louca, Vida

A vida é uma loucura completa. Um ininterrupto desenrolar de fatos, acasos, um circo voador, que voa e voa e finalmente pousa, ou repousa, no fechar dos olhos, no ponto final. Todo mundo sabe que a morte é uma certeza. O que ninguém imagina, ou se dá conta, é como ela pode ser simplesmente uma boa dose de alívio e conforto instantâneo, a ponto de se fazer desejada acima de qualquer outra coisa.

Conforto alucinante, tranquilidade na clareira do caos.

O ponteiro, ele rodou mais rápido no mesmo relógio de ontem.

O quê as horas guardam nos espaços do contratempo?

Vida, bonito saber aproveitar cada segundinho dela, cada instante, cada momento como se fosse único e o último. Nunca saberemos qual a distância que nos separa de um plano maior, qual o tempo que ainda teremos até tudo acabar. É tudo muito complexo, partindo desse ponto de vista. Melhor não ter ideia, melhor viver.

Levar a vida. Sorrir mais. Agradecer mais. Ser generoso, ter prazer em fazer alguém feliz. Não ser arrogante, não ser falso. Falar a verdade, olhar nos olhos, abraçar apertado. Dizer que ama quando ama, dizer que existe saudade. Estender as mãos, saber ouvir, mais do que falar. Falar, quando as palavras forem substancialmente pertinentes.

Uma única chance. É tudo o que temos. Uma única oportunidade, para aprendermos a ser bons, felizes, e grandes o suficiente para levarmos essa mesma vida de sempre até seus últimos capítulos.

O desejo é um tempo parado;

É quando se trocam as datas dos bichos e das flores.

É quando aumenta a rachadura da velha parede.

É quando se vira a folha, a folha da história.

É quando se pinta um fio branco na cabeleira preta.

É quando se endurece o rastro de sorriso no canto dos olhos.

Eu sei que a viagem é longa.

A voz vai e vem.

Você tá aí?

Você tá aí?

Ei, você está aí?

Que seja intensa, que seja louca, que seja uma porrada na cara. Que seja o que bem quiser, que seja. Vida louca vida, cazuzeando o decorrer do tempo, que passa, passa e nunca pára. Que dure o quanto tiver de durar, infinita que é. Somos apenas passageiros.  

O que fica é a saudade do que poderíamos ser.

Um gostinho amargo de quero mais, de quero muito mais.

Entretanto, haverá espaço para o teu sorriso em minhas lembranças. Sempre.

Uma longa pausa para os batimentos angustiados.

Enfim, um descanso para as cãibras e para a cabeça, por muito atordoada.

Vontade de caminhar para trás, voltar no tempo;

Nos vemos pelas esquinas, pelos copos quase vazios, pelas fumaças de cigarro. Nos vemos por aí. Não dá para esquecer, não dá para apagar. O caso é tentar perdurar algo perecível, um caminho de pedras, ou uma imensa aventura, essa é que é a vida meu irmão, uma loucura.

Vontade de abraçar o infinito.