segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Treze Anos

Começo com um clichê, para posteriormente contradizê-lo. Todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite. Todo mundo menos eu. Tem jeito não, sou assim e vou morrer assim, cheio de poucas expectativas. Para não dizer nenhuma.

Não procuro satisfações em meras camas clandestinas, não compreendo tal facilidade masculina. Vivo em busca de algo muito maior. Arrepios, sussurros, suspiros, aquele frio na barriga que só um amor inimaginável pode proporcionar.

Amor de poucos encontros, muita prosa e alguma porção de sorrisos. Amor engraçado, escondido, no cantinho da quina da esquina, para ninguém interferir. Amor de estacionamento, de porta de carro.

Amor de repente, alucinante. Como um flash, que dispara e congela qualquer fração de segundo. Amor veloz e estranhamente marcante.

Impossível esquecer aqueles olhos. Impossível esquecer aquela boca. O calor de um corpo colado no outro, corpos repletos de estrelas. Estrelas pulsantes. Estrelas de um carimbo de uma noitada qualquer. Espalhadas por todos os cantos.

Não me rendo, posto que tal amor é somente fagulha. Mas incendeio meus pensamentos a todo momento, quando paro e relembro, cada instante ao lado daquela que me fizera encarcerado.

Olhos verdes, arrebatadores. Um par deles. Como algemas, forjadas da seiva de um pé de desejo. Vontade louca de arrancar sua boca numa só mordida. Num só beijo. Coisas de moleque, coisas desses encontros às escondidas. 

Coisas da cabeça de um menino bobo, que da noite pro dia retornou aos treze anos e reaprendeu a gostar de alguém absolutamente de graça.

Amor gratuito. O melhor deles. Gostar por gostar, sem esperar algo em troca. Outro beijo e somente. Por hoje é suficiente. Como digo, costumeiramente, não espero muito de um sábado à noite, raríssimas exceções.

E domingo de manhã sou só lembranças...