I
Fazem falta, as crônicas que
vinham repentinamente à cabeça; lapsos pensantes despretensiosos. Assim como a fumaça dos cigarros intermináveis e inspiradores. Creio que todo escritor é refém de algo que determine, de alguma maneira, o quê e o quando de suas
criações. É como tentar escrever com uma caneta sem tinta. Está ali, mas não está. Foge aos sentidos,
esconde-se por detrás de algo que não sei ao certo como explicar.
II
Meus pés. Não senti meus pés. Em devaneio,
voei por aí e tornei a voar, para lá, por aqui e acolá. É bonita essa coisa de
sonhar com asas invisíveis (não que seja necessário tornar-se pássaro para
alçar voo). A noite de luar, o brilho
das estrelas, a cidade cintilante, o sorriso da menina linda em pleno sono, o
balanço das ondas, o amor... ah, o amor.
III
Saudades também (além dos vícios supracitados) do pequeno caderno de micro-sonhos. Saudades da capa dura e do elástico; saudades dos rabiscos aleatórios, das colagens, dos momentos de reflexão e desabafos; saudades das paixões e das constatações sem qualquer intuito de seriedade. Saudades dos sorrisos preciosos; das devoluções; saudades;